segunda-feira, 16 de março de 2009

Exercícios - início da Idade Moderna

1) O período situado entre os séculos X e XV da Era Cristã, didaticamente nomeado de "Baixa Idade Média", foi marcado por profundas transformações, que conduziriam à superação das estruturas feudais e à progressiva estruturação da modernidade, esta marcada pela emergência do racionalismo e do método científico. As alternativas a seguir apresentam alguns aspectos dessas modificações, exceto:
a) Um profundo processo de secularização, que contribuirá para um crescente atrelamento da razão à religião e do natural ao sobrenatural.
b) O individualismo emergirá como forma de um novo humanismo, o que se acentuará no século XVIII com a vitória do Iluminismo.
c) As práticas políticas e econômicas, lenta mas progressivamente, vão se libertando da tutela até então exercida pela Metafísica e pela Teologia;
d) Dá-se uma ampliação do espaço físico, do que decorre o conhecimento de novos mundos e povos. 
e) Dá-se a passagem da transcendência à imanência, processo através do qual a verdade revelada cederá lugar à verdade da natureza, com sua própria linguagem e leis;

2) Nos séculos XIV e XV, o Ocidente cristão passou por crises que levaram ao declínio do modelo social, econômico e político então vigente. Sobre esse período, responda as questões a seguir.
a) A que modelo se refere o enunciado acima?
b) Cite quatro características do modelo acima referido..
3) Um príncipe desejoso de conservar-se no poder tem de aprender os meios de não ser bom.
    MAQUIAVEL, N. O Príncipe. In: WEFFORT, Francisco. "Os clássicos da política". São Paulo: Ática, 1993. p.37.

Com Nicolau Maquiavel (1469-1527), constitui-se um novo pensamento político, crítico em relação aos critérios que fundamentavam a legitimidade do príncipe medieval. Explique por que o pensamento político moderno excluiu a bondade como critério legitimador do poder do príncipe.

4) As sociedades européias do século XVI testemunharam importantes fenômenos de ordem religiosa, econômica, política e, em conseqüência dos descobrimentos ultramarinos, global. Considerando tal cenário, responda às questões a seguir:
a) Nessa época, o Ocidente europeu vivenciou a crise do catolicismo e a reanimação do cristianismo. Explique tal afirmação.
b) Indique uma cidade comercial asiática com a qual os portugueses passaram a manter estreitos contatos a partir de então, e explique de que maneira o padrão europeu de consumo de mercadorias orientais contribuía para reafirmar a hierarquia social vigente no Velho Mundo.

5) A CIDADE IDEAL

    Em 1485, uma peste matou quase a metade da população de Milão, na Itália. No final dos anos 1480, Leonardo da Vinci transferiu-se para lá e, entre outros projetos, dedicou-se a planejar a "cidade ideal", tema e preocupação regular do Renascimento. Quase cinco séculos depois, a busca utópica da cidade ideal prosseguia, manifesta em projetos urbanos como o de Brasília.

    "Uma cidade, ou melhor, um lugar, um sítio urbano fixado sobre uma perspectiva que desdobra sobre o olhar o leque simétrico de suas linhas de fuga. A imagem de uma praça deserta, grosseiramente retangular, pavimentada de mármore policrômico, cercada em três de seus lados pela fachada de palácios e de casas burguesas; e um edifício de forma circular, com dois planos superpostos de colunas e uma cobertura cônica, ocupa o centro."
    Sobre "A cidade Ideal de Urbino". Hubert DAMISCH. "L'origine de la perspective". Paris: Flammarion, 1993, p. 192

    "Compara-se [...] Brasília com as duas cidades ideais de Le Corbusier [arquiteto modernista suíço, 1887-1965]. Notem-se as similaridades explícitas entre ambas e Brasília: o cruzamento de vias expressas; as unidades de moradia com aparência e altura uniformes, agrupadas em superquadras residenciais com jardins e dependências coletivas; os prédios administrativos, financeiros e comerciais em torno do cruzamento central; a zona de recreação rodeando a cidade. O 'pedigree' de Brasília é evidente".
    James HOLSTON. "A cidade modernista: uma crítica de Brasília e sua utopia". São Paulo: Companhia das Letras, 1993, p. 38

    "(...) o modelo urbanístico de Leonardo da Vinci, um desenho de cidade perfeita, detalhava como deveriam ser as ruas, casas, esgotos, etc. Pelas ruas altas não deveriam andar carros nem outras coisas similares, mas apenas gentis-homens; pelas baixas deveriam andar carros e outras coisas somente para uso e comodidade do povo. De uma casa a outra, deixando a rua baixa no meio, por onde chegam vinho, lenha, etc. Pelas ruas subterrâneas estariam as estrebarias e outras coisas fétidas.
    A cidade descrita por Leonardo já é, de certa forma, utopia: é uma exigência completamente racional que espera ser traduzida na prática."
    Carlos Eduardo Ornelas BERRIEL. "Cidades utópicas do renascimento". 
 
FIGURA 1: Artista desconhecido. Painel "A cidade Ideal de Urbino". Galerie Nationale des Marches. http://www.itis-einstein.roma.it/sforzinda/citta.htm
FIGURA 2: Leonardo da Vinci: esquema de via de circulação e edifícios, em dois níveis, para a cidade ideal (c. 1485). Elke BUCHHOLZ. "Leonardo da Vinci. Vida y Obra". Barcelona: Konemann, 2000, p. 36
FIGURA 3: Brasília. 

A partir dos textos e imagens apresentadas, escreva um texto sobre a idéia de "cidade ideal" no Renascimento e no mundo atual, considerando:

- sua relação com as preocupações humanistas e racionalistas do Renascimento cultural e com as concepções de arte que se afirmaram na época de Leonardo;

- as semelhanças de objetivos do urbanismo renascentista com o urbanismo modernista que resultou na cidade de Brasília, capital brasileira.

6) A doutrina de Copérnico, no século XVI, assinala o rompimento com a concepção de cosmos fechado, que dominou o pensamento ocidental medieval.
... o universo é esférico; em parte porque essa forma, sendo um todo completo e dispensando toda articulação, é a mais perfeita de todas; em parte porque ela constituiu a forma mais espaçosa, que é portanto a mais apropriada a conter e reter todas as coisas; ou também porque todas as partes separadas do mundo, seja o Sol, a Lua e os planetas, afiguram-se esferas.
    COPÉRNICO, N. "De revolutionibus orbium coelestium". Apud KOYRÉ, A. Do Mundo Fechado ao Universo Infinito. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2001, p. 39-40.

a) Explique a principal mudança introduzida pela astronomia copernicana.
b) Explique, no contexto de revolução científica, o posicionamento da Igreja Católica envolvendo o físico Galileu Galilei.



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